23 de dez. de 2011

O NATAL NÃO É UMA FÁBULA DE CRIANÇA!

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1,14) e continua fazendo morada com a gente. Na celebração do nascimento de Jesus, desejo que o amor ensinado pelo Menino da Gruta de Belém seja o parâmetro fundamental da tua existência, o critério basilar do teu pensamento e de tua ação, o vértice supremo das tuas aspirações.

Que no novo ano - e em todos os dias de tua existência - você ame a Verdade, mostra-te como és: sem fingimentos, sem receios. Se a Verdade te custa a perseguição, aceita-a; se te custa o tormento, suporta-o. E se, pela Verdade, tiveres que sacrificar-te a ti mesmo e a tua vida, sê forte no sacrifício!

Feliz Festa do Nascimento de Jesus e que no ano da Graça do Senhor de 2012 possamos juntos caminhar. Que a Civilização do Amor se estabeleça!

O Natal não é uma fábula de criança!

A boa nova da gruta de Belém fez do Natal uma grande festa universal. Uma grande festa é oportunidade de consumo. Mas o Menino da manjedoura é muito pobre, não consome e nem ajuda a consumir. Então, muitos procuram aposentá-lo e entronizar o papai Noel. Por mais que se procure fazer crer na 'magia do Natal' comercial, o Natal não constitui-se numa fábula de crianças. Em sua essência, o Natal representa uma resposta de Deus ao drama da humanidade, que busca a verdadeira paz.

Os escritores Lucas e Mateus descrevem o nascimento de Jesus: "Naqueles tempos, apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a terra. Esse recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria. Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade". (Lucas 2,1-3). "Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo de Herodes, eis que magos vieram do Oriente a Jerusalém". (Mateus 2,1).

Justino, originário da Palestina, em Diálogo com Trifão (160 d.C.), se refere à gruta onde Jesus nasceu, ainda que não seja mencionada no Evangelho. Orígenes (Contra Celso, 246 d.C.) afirma que "em Belém se encontra a gruta na qual nasceu Jesus e a manjedoura em que foi colocado em faixas".

Mãe do imperador romano Constantino, Helena mandou erguer a Basílica da Natividade (326 d.C.). Sua estrutura foi construída sobre a caverna que a tradição cristã marca como local do nascimento de Jesus. Essa Basílica esta localizada em Belém da Judeia (cidade atualmente administrada pela Autoridade Nacional Palestina). O historiador Eusébio de Cesareia, em sua obra Vida de Constantino, fez menção ao local: "Tratava-se de uma grande Basílica com cinco naves, sobre as quais se abria uma construção octogonal que encerrava a gruta da natividade".

O dia 25 de dezembro, como data da Natividade, remonta aproximadamente ao ano 204 e se deve a Hipólito de Roma, enquanto a celebração do Natal se afirma numa "forma definida" mais tarde, no Séc. IV, quando toma o lugar da festa pagã do "Sol invictus", o sol invencível.

A cena assistida pelos habitantes de uma pequena localidade do alto Lácio (Itália), na noite de Natal de 1223, mudou para sempre a percepção do Natal. O presépio vivo montado por São Francisco na simplicidade de uma estrebaria de Greccio deu pela primeira vez uma imagem viva e tocante do nascimento de Jesus. Com São Francisco, o Natal se abre a uma nova dimensão. A noite de Greccio deu ao cristianismo a intensidade e a beleza da festa do Natal, a amar e adorar a humanidade de Cristo. Assim, o presépio nos possibilita experimentar de modo concreto, vivo e atual a humildade e a grandeza do evento do nascimento do divino Salvador. Graças ao pobrezinho de Assis, o povo cristão pode perceber que no Natal Deus verdadeiramente se tornou o "Emanuel", o Deus-conosco, de quem nenhuma barreira e nenhuma distância nos separa. Naquele Menino, Deus tornou-se tão próximo de cada um de nós que podemos chamá-lo de você e manter com ele uma relação confidencial de profundo afeto, assim como fazemos com um recém-nascido.

Créditos: Conselheiro Tutelar Paulo Vendelino Kons, do Grupo de Proteção da Infância e Adolescência – GRUPIA

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