25 de out. de 2011

CORRUPÇÃO - PROGRAMA SEGUNDO TEMPO

SEGUNDO TEMPO
ONGs estão prontas a delatar corrupção
PM afirma que ministro sabia do esquema de arrecadação para o PC do B
Em novo depoimento de mais de quatro horas à Polícia Federal (PF), o policial militar João Dias informou que pelo menos 20 organizações não governamentais aceitaram delatar o esquema de arrecadação de propina que o PC do B teria montado no Ministério do Esporte.

O esquema funcionaria com entidades conveniadas ao Programa Segundo Tempo e outras ações da pasta. As entidades, segundo ele, vão depor nos próximos dias.

Dias disse que o esquema incluía o pagamento, pelas ONGs, de um “pedágio” de 10% a 20% para um escritório de consultoria e a contratação dos serviços de um cartel de seis empresas indicadas pela cúpula do Ministério do Esporte, ligadas ao PC do B. Pelo menos 20% de todo o dinheiro dos convênios firmados com 300 ONGs, conforme o policial, eram desviados e parte ia para financiar a estruturação do partido e campanhas de candidatos.

– Fui vítima de chantagem e retaliações porque não aceitei as condições absurdas que me exigiam – afirmou Dias.

Além destas ONGs, o policial deu à PF os nomes de outras 10 entidades que, segundo garante, aceitaram condições irregulares para obter recursos do programa. Segundo ele, as ONGs, para receber os recursos do Programa Segundo Tempo e não serem molestadas na prestação de contas, tinham de comprar produtos e serviços de um “pool” de seis empresas: Infinita Comércio, Linha Direta, JG, Transnutre, HS e Capte Comércio.

Para a imprensa, na saída do depoimento, ele deu os nomes de cinco ONGs de Brasília e uma de Santa Catarina, o Instituto Contato. A reportagem ligou para o advogado do Instituto na noite de ontem, mas ele se recusou a atender. Sua lista inclui três entidades da Bahia, mas ele não revelou os nomes.

Auxiliares seriam os operadores dos desvios

O policial garantiu que o ministro Orlando Silva sabia de todo o esquema, que seria operado pelos seus principais auxiliares, entre os quais o chefe de gabinete, o secretário executivo, o secretário nacional de Esportes Educacionais e os chefes de áreas técnicas e jurídica. Ele disse ter entregue à PF documentos novos, 13 áudios e outras mídias, como CDs, que comprovariam os desvios de recursos. Ele disse que nenhuma das mídias contém imagem ou voz do ministro.

Fonte: Jornal Diario Catarinense - edição nº 9336 de 25/10/2011

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