22 de jan. de 2011

O DISCRETO ESTILO DE "DILMA ROUSSEFF"

Conservadora no traje, eficaz, firme, pontual na ação de governo

Primeira mulher a comandar o País, a presidenta se veste de forma sóbria. Um pouco conservadora, há quem diga. Nas roupas, opta pelos tons café, terracota e bege. A maquiagem é discreta e as joias, pouco chamativas. “Ser mulher presidenta não é fácil. Para os homens é mais simples, basta sair com uma camisa e uma gravata. O que fiz foi me adaptar às agendas, porque era complexo ter sempre comigo um par de sapatos diferentes se saía a campo ou um vestido, se tinha de comparecer a algo mais formal”, declarou a presidenta. Não, não foi Dilma Rousseff quem disse isso, mas sua colega Laura Chinchilla, que tomou posse em maio do ano passado na Costa Rica.

Uma coisa é se eleger presidenta. Outra é livrar-se da abordagem “feminina” (alguns diriam fútil) do fato de uma mulher ter chegado lá. Nem Ângela Merkel, a dama de ferro alemã, se livrou de ter a maneira de vestir discutida, o que talvez desminta a ideia de que seria provincianismo nosso explorar batons, marcas de roupa, bolsas e sapatos da mulher que chegou à Presidência. Ora a imprensa alemã caçoava da imagem da candidata pescando ao lado do marido, metida em uma calça de agasalho e camisa masculina, ora fazia troça do inusitado decote da já primeira-ministra em uma noite na ópera de Oslo, em 2008. E que, diga-se de passagem, deixava à mostra um belo colo de mulher aos então 53 anos de idade.

Há menos de um mês no cargo, já sabemos pela imprensa que a presidenta Dilma usou batom na cor cereja queimada ao posar para a foto oficial, aquela que vai ser pendurada nas paredes das repartições Brasil afora. Tendo ao fundo as colunas do Alvorada, houve pouco retoque nas fotos – segundo o fotógrafo Roberto Stuckert Filho, a pedido da própria – e se percebem as marcas de expressão da presidenta. Exatamente o contrário do que aconteceu na Nova Zelândia há dois anos, quando o lisonjeiro, para dizer o mínimo, pôster de campanha da então primeira-ministra Helen Clark causou polêmica ao tornar retos seus dentes tortos sem a ajuda de aparelho e ao suavizar-lhe os traços em uma espécie de lifting digital que o fotógrafo Monty Adams jura sobre a Bíblia não ter executado.

*Confira este conteúdo na íntegra da edição 630, já nas bancas.

Cynara Menezes 21 de janeiro de 2011 às 8:58h

Cynara Menezes

Cynara Menezes é jornalista. Atuou no extinto "Jornal da Bahia", em Salvador, onde morava. Em 1989, de Brasília, atuava para diversos órgãos da imprensa. Morou dois anos na Espanha e outros dez em São Paulo, quando colaborou para a "Folha de S. Paulo", "Estadão", "Veja" e para a revista "VIP". Está de volta a Brasília há dois anos e meio, de onde escreve para a CartaCapital.

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