17 de dez. de 2010

NÃO POSSO CONVIVER COM A HIPROCRISIA

Antes de qualquer coisa, como cristão que me intitulo, não sou exemplo para absolutamente ninguém. Ao longo de 42 anos de vida, talvez os erros tenham soma maior que os acertos. Mesmo assim, errei, acertei, cai, levantei, pequei, pedi perdão, amei sem hipocrisia. Como muitos cristãos, também fui perseguido pelo “mal”, que agiu em minha vida todas as vezes que deixei indefeso meu espírito, vivendo no “oba-oba” que revela ao lado obscuro da vida fraquezas pertinentes a muitos homens e mulheres.

No entanto, carrego o orgulho de ter agido pelo bem das pessoas, na amizade e no cumprimento de tarefas que me submeti com o mais absoluto prazer de fazer por uma causa que acredito. A instituição Igreja Católica, faz parte da minha vida desde meus antepassados. Como sempre deixo claro às pessoas a minha volta, jamais defendi “Igreja Instituição”, nenhuma salva. Defendo Deus. Embora eu ainda faça muito pouco pelas pessoas daquilo que verdadeiramente deveria fazer. Tocar violão, herança do meu pai, talvez tenha sido meu álibi para me manter nos rumos do catolicismo. Portanto, me vejo no direito de relatar algo que, deveras, tira meu sossego.

Sejamos sucintos para evitar mais aborrecimentos. Quem se doa aos trabalhos em prol de uma Igreja, ajudando na lida diária, sabe das dificuldades, dos espinhos que se encontram pela frente. Quanto mais aqueles que buscam no Sacerdócio a realização da vocação em se tornar o líder de alguma comunidade. Ser Padre, já que estou falando do catolicismo, é muito difícil. Enfrentar as tentações das coxas e peitos à mostra (infelizmente esse é o primeiro comentário maldoso que ouço e rodas de bate papo), afinal Padre é homem, é só um detalhe na árdua tarefa de pastorear o rebanho. As tentações e desafios são maiores. Dentre eles, a fúria de gente que pensa em “ajudar” para se intitular “Filho (a) de Deus”. Gente que se acha escolhido (a) ou apta para mandar ao invés dividir tarefas. Gente que escolhe em quem mandar e faz de tudo, agindo pelo próprio mau, para afastar quem realmente tem o “Dom” de delegar, agregar, arrebanhar fiéis. Talvez, gente que justifique a razão da religião estar encolhendo, no número de seguidores, perdendo espaço para outras religiões, muitas delas cheias de falsos profetas, rapidamente. Gente que se sente no direito de apontar os erros sem refletir sobre sua própria vida.

Minha indignação também é com os líderes da minha Igreja, aqueles que decidem quem vai trabalhar como Padre e Pároco e onde vão. Parece que ouvem as colocações de pessoas que defendem apenas seus interesses, afinal jamais vieram para a cidade a fim de saber a real situação da convivência dos seus seguidores. E decidem a remoção, como no caso dos Padres Lindolfo Neves Braga e Kleber Ferreira de Oliveira. Ambos, se é que alguém ainda não sabia, estão deixando São Bento. Não porque gostariam de deixar, mas porque em nossa cidade ainda existem pessoas que se acham acima de Deus e do Diabo. Quanto tempo elas ganharam com as fofocas para o Bispo (que de vez em quando aparece por aqui) e para outras lideranças da Igreja. Conseguiram. Tanto clamamos por Padres inovadores, com linguagem evangelizadora atualizada e clara. Recebemos, e agora perdemos sem travar uma luta justa, de argumentos, de povo participando. Espero que essa gente, que, na minha opinião, está servindo a outro “deus”, tenha consciência da necessidade de pregar a verdade, a Palavra que transforma. Que essa gente possa sair do casulo para pisar o chão da pobreza na periferia e falar de Deus aos pobres e aos ricos sem querer nada em troca, apenas a felicidade do outro. Se Jesus veio para pregar igualdade, tolerância e a caridade, fato que acredito piamente, preciso refletir...talvez esteja eu (e tantas outras pessoas) na Instituição errada.

TEXTO: Luzardo Chaves

O texto escrito pelo Jornalista Luzardo Chaves, realmente expressa a opinião de muitas pessoas e isto ocorre na Igreja Católica e também em outras denominações, onde existem os falsos profetas e falsos seguidores.

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